Liminaridade é um conceito da Antropologia e Neurologia. Trata-se de um estado subjetivo, de ordem psicológica, neurológica ou metafísica, consciente ou inconsciente, de estar no limite entre dois estados diferentes da existência.
Espaços liminares não precisam ser necessariamente físicos; também podem ser períodos de transição ideológicos. A era da Corrida Espacial da URSS pode ser considerada um espaço liminar, pois foi um período de transição, não só político, mas de ideais para toda uma sociedade; e nesse caso, essa área transicional levou a um destino mais triste que o esperado.
A melancolia e inquietação sobre esse período e seus resultados é traduzida melodicamente no Sovietwave, e esse sentimento também pode se aplicar aos dias atuais.
Vivemos atualmente também em um espaço liminar; a pandemia causa essa mesma inquietação que temos ao ver esses espaços vazios, pois não sabemos exatamente o que está por vir, mas temos a certeza que o futuro não será mais da forma que imaginávamos.
Existe um termo cunhado para esse sentimento: “Anemoia”, ou a nostalgia por um tempo que não existiu.
Assim como na era pós-soviética, sabemos que a vida não será mais a mesma, e sentimos falta do futuro que nos foi prometido um dia.